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O que é luto - Flor de Cerejeira Instituto de Psicologia

Sobre o Luto

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“Amor e perda são duas faces da mesma moeda.

Não podemos ter um sem nos arriscar ao outro.”

(Colin M. Parkes)

 

 

A morte de alguém que se ama impacta diversos aspectos da vida. Nada é mais como costumava ser. O luto pela perda de um familiar ou de alguém com quem se tinha um vínculo profundo transforma a maneira como o enlutado se relaciona consigo próprio, com os demais e com o mundo a sua volta, provocando, temporariamente, certa desorganização.

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O QUE É LUTO?

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Luto é um processo desencadeado pelo rompimento de um vínculo importante e que todos nós passamos quando perdemos algo ou alguém que nos é muito importante e significativo. Enlutamo-nos pela perda da pessoa amada, pela perda de um emprego, por uma separação, pelas mudanças nos ciclos da vida (passagem da infância para adolescência e saída da casa dos pais, por exemplo), pela amputação de um membro ou mesmo quando precisamos nos despedir de projetos e sonhos.

 

Essa perda impacta no mundo que conhecemos, nas expectativas que temos de nós mesmo e de nossos entes queridos. Ela provoca uma crise que dura o tempo necessário para que o enlutado se adapte às mudanças desencadeadas nos vários aspectos de sua vida. É comum que o luto induza a uma série de revisões: questiona-se a vida, a história com aquele que morreu, as próprias crenças. E, ao final desse processo, é possível construir novos significados para essa experiência.

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Conhecer as reações do luto nos ajuda

na compreensão de seu enfrentamento

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O PROCESSO DE LUTO É SINGULAR

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Isso quer dizer que cada pessoa viverá seu luto de um jeito único. É por isso que não se pode fazer comparações. O significado de uma perda muda para cada pessoa, em cada fase de sua vida.

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DIMENSÕES DO LUTO

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O luto se apresenta de diversas formas no dia a dia. Suas reações podem ser agrupadas em cinco dimensões:

Cinco dimensões - reações ao luto
  • Sentimentos: Embora as pessoas associem mais diretamente luto à tristeza, muitos outros sentimentos podem estar presentes neste processo, seja simultaneamente , seja em momentos diferentes do luto. Sensações e sentimentos como, choque, negação, entorpecimento, ansiedade, raiva, culpa, medo, desamparo e alívio são normais.

 

  • Sensações Físicas: Uma ampla variedade de sensações físicas e somáticas podem ser vividas no período de luto: dores físicas, falta de ar, nó na garganta, entre outros. É comum também observarmos queixas físicas semelhantes às vividas pelo ente perdido.

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  • Cognição: Sentir-se confuso, desorganizado, ter lapsos de memória e atenção prejudicada são reações normais e até esperadas no processo de luto.

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  • Comportamento: Restrição ou excesso de sono, apetite ou interesse sexual, são alguns comportamentos que podem aparecer no período de luto. É importante observarmos se há abuso de álcool, fumo, drogas ou medicamentos. É natural também nesse processo, e enlutado apresentar comportamento “aéreo” ou querer isolar-se socialmente.

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  • Espiritualidade: O processo de desorganização desencadeado pelo luto atinge também a dimensão espiritual. Para alguns, a espiritualidade é importante fonte de estratégias de enfrentamento nesse momento de crise. Outros enlutados, entretanto, podem questionar sua fé e “brigar” com Deus.

 

 

Para os familiares, amigos e colegas, o importante é entender todas essas reações como inerentes ao processo de luto, acolhendo-as com carinho, cuidado e generosidade.

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TEMPO DE DURAÇÃO DO LUTO

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É comum que o enlutado e aqueles que o cercam se perguntem  se o que estão vivendo é normal e quanto tempo irá durar. Entretanto, o luto é um processo singular, e não é possível precisá-lo em termos de tempo. O que temos são indicações de que essa experiência está sendo integrada de

maneira satisfatória.

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A primeira indicação é que o luto deixa de ser um tema central: embora a perda seja para sempre, o luto não é. Observamos também uma adaptação diante da perda de uma pessoa significativa, uma vez que essa perda impõe ajustes necessários decorrentes das consequências que essa ausência traz.

Ou seja, é o equilíbrio entre esses dois aspectos, a dor da perda e a necessidade de adaptação é que sinalizam que o luto está seguindo seu curso.

 

NADA SERÁ COMO ANTES

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Ajustar-se à ausência não é voltar a um estado anterior, visto que isso não é mais possível. Também não é nunca mais sentir dor ou tristeza – respostas normais à perda. Sentimentos como estes podem reaparecer diante de acontecimentos marcantes ou estressantes (como aniversários de morte, datas comemorativas ou outras perdas). No entanto, quando o luto é integrado, esses eventos são mais gerenciáveis na sua duração e intensidade.

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QUANDO PROCURAR AJUDA?

 

  • Sente muita dificuldade de compartilhar seu sofrimento com sua família ou amigos, ou não tem uma rede de apoio que possa acolhê-lo neste momento;

  • Não aceita a nova realidade e tem muita dificuldade em assumir os novos papeis que as circunstâncias lhe pedem;

  • Não consegue se relacionar com as demais pessoas de seu círculo familiar e de amizades;

  • Seu luto tem comprometido consideravelmente outros aspectos da sua vida cotidiana e profissional;

  • Sente-se culpado por brigar com Deus;

  • Sente que está difícil de lidar com a intensidade das reações de seu luto.

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